Ela
era apenas a lenda de uma mulher que sempre viveu sozinha, com o
filho pequeno, em uma casa de madeira no meio da mata. Diz a lenda,
que louca pelo silêncio do vento na mata, ela matou o filho de 7
anos de idade e depois se matou.
Ninguém
nunca soube de verdade o que aconteceu, pois o acesso era difícil e
o único caminho pra chegar até lá era uma velha estrada de chão,
estreita e esburacada, em um antigo caminho de mineradores que
trabalharam naquela região entre 1911 e 1950.
Com
o passar do tempo, depois que a mina de carvão foi desativada,
aquele trajeto foi esquecido por todos da cidade. Apenas alguns
pescadores passavam por lá para ir em um trecho do rio da Pedras,
que diziam ser um ótimo ponto de pesca.
A
primeira vez que falaram sobre uma mulher que andava por aquela
região foi nos idos de 1960, quando um homem disse ter avistado uma
mulher coberta por uma renda preta, caminhando vagarosamente entre as
árvores secas.
Depois,
em 1964, um pescador, junto com seu filho adolescente, juram ter
visto o vulto de uma pessoa, provavelmente uma mulher, coberta com um
tecido preto transparente, na margem oposta de onde eles pescavam.
Eles afirmam que ela olhava diretamente pra eles, mas que não havia
nada em seus olhos, apenas um globo branco e sem brilho.
Em
1970 ocorre o primeiro desaparecimento na mata.
Dois
casais de jovens mentem para suas famílias e vão acampar na mata e
não são mais vistos. São dados como desaparecido e apenas um
deles, Mika – 19 anos, retorna 33 dias depois. Em seus depoimentos
para a polícia local suas informações são desconexas e não fazem
sentido. Ele fala de risos de uma mulher durante a madrugada, de um
vulto que caminhava arrastando um ancinho e de terem ficado todo
este tempo atados em uma árvore. Que durante a escuridão da noite,
algo mordia a barriga deles e comia suas entranhas sem que os outros
vissem o que os atacava.
O
jovem nunca conseguiu comprovar nada do que dizia e nem como tinha
sido o único a escapar. Como os outros jovens não foram
encontrados, Mika é condenado a passar o resto da sua vida em um
sanatório mental.
Seis
meninos de um grupo de escoteiros some em 1977. Seus restos mortais
são encontrados um ano depois. Em seus ossos são identificadas
várias mordidas de animais e uma mordida que não combina com nenhum
animal da região.
Um
dos policiais que investigou o desaparecimento dos meninos, relata
que em uma das buscas avistou, distante cerca de 100m, o que parecia
ser uma mulher completamente nua e com cabelos longos que iam até o
chão. Segundo o policial, quando ele fez menção de ir em direção
à mulher, a mesma saiu correndo como um animal, curvada, com as mãos
e com os pés.
Nunca
acreditaram no que o policial falava.
Desde
1980 ninguém mais tem coragem de entrar naquela região da mata.
Mas
muitas pessoas comentam sobre o vulto de uma mulher que anda
acompanhada de uma criança que não teria os olhos e com a boca
costurada com pequenos anzóis.
Texto, criação, arte e pós: Nixon Vermelho
Foto: Jeferson Vilanova Reis
Modelo: Danielly Cerezer Benetti
Lembrei do ''Zé do Caixão''...
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